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Em 2023, NÃO troque o velho pelo novo

3 min readJan 26, 2023
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Foto da minha cozinha onde se vê a bancada da pia, o escorredor de louça e alguns elementos como detergente, rodinho pendurado na parede, filtro de água branco, etc. Na foto, adicionei a frase “que em 2023 você troque o velho pelo novo”. Em cima da palavra “velho”, se vê um x em vermelho e, abaixo, se lê “que não faz mais sentido”, para, assim, formar a frase “que em 2023 você troque o que não faz mais sentido pelo novo”.
Ao invés disso, troque o que não faz mais sentido na sua vida

Demorei 26 dias, mas finalmente entendi o que a vida tem tentado me ensinar neste momento e para o novo ano que se inicia.

Troque o velho pelo novo.

Taí uma frase que a gente sempre escuta, né?

Talvez por uma necessidade de exaltação do que é novo, uma síndrome de vira-lata, a repulsa que envelhecer gera em muita gente na nossa sociedade, a corrida eterna para se manter sempre jovem, esticado, sarado, “em alta”, na moda.

Vivendo em um mundo capitalista e globalizado, eu entendo que os desejos de consumo (e não as necessidades) mudem de forma tão veloz, que às vezes as coisas nem chegam a ficar velhas realmente. Mas não é disso que estou falando.

Depois de 9 mudanças de apartamento, eu entendi que, na verdade, o ideal é que a gente troque não o velho, mas o que não faz mais sentido pra gente.

E é o que eu mais tenho feito desde 7 de dezembro do ano passado. Saiu TANTA coisa dessa casa que eu nem me reconheço mais.

Tudo começou quando eu li essa frase na legenda aqui em um post do instagram que a minha mãe me mandou:

“Quebrou? Jogue fora 🚮🗑️
Se for a sopeira que você herdou da sua avó, conserte. Sua avó agradece. Mas em se tratando de amores, trabalhos, relações de todo tipo, amizades? Quebrou? Rachou? Avalie se vale guardar. Investir em quem não merece é desperdício de energia. Ponha a fila para andar.”

Eu sempre fui uma pessoa muito supersticiosa graças à minha vozinha que já se foi. Ainda vou escrever sobre o jogo de chá que eu herdei dela e depois atualizo o link aqui (se você tiver interesse de ler sobre isso).

Nunca gostei de guardar coisas quebradas exatamente porque ela dizia que coisa quebrada em casa atrasava a vida. E fui desapegar do jogo de chá que ela me deu — mesmo sem estar quebrado — porque não fazia sentido guardar só porque ela que tinha me dado.

Da mesma forma, repensei várias roupas, utensílios, sapatos, livros e outras dezenas de coisas que fui desempacotando na casa nova e que, simplesmente, não tinham cara de casa nova.

Na real, toda essa mudança não tem muito a ver com a casa. É a Tamires que já não é mais a mesma. E assim, fui desapegando, vendendo, doando, reciclando tudo o que não tinha mais a ver comigo.

A Tamires de 2023 não tem espaço pro que não faz sentido. Nem no ambiente físico, nem nos pensamentos e muito menos nos sentimentos que estão aqui dentro.

Acho que crescer tem, também, a ver com isso, né? Escolher suas batalhas, escolher ser feliz ao invés de ter razão, escolher o que faz sentido ao invés de guardar just because.

Desejo que em 2023 você também possa desapegar de pessoas que não agregam, amizades interesseiras, ideias circulares, sentimentos pesados, aquela tralha no fundo da gaveta que não tem motivo de continuar guardando.

Retire tudo. Limpe a gaveta. Selecione o que serve. Guarde com cuidado os seus pertences. E o que não faz mais sentido? Deixa no passado. 2023 chegou pra limpar nossos caminhos (mas o tempo só cura aquilo que a gente se empenha de forma ativa em curar).

Essa faxina dá um trabalho danado, mas te garanto que vale à pena. Pelo menos tem valido pra mim.

Feliz Você Novo!

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Tamires Romano
Tamires Romano

Written by Tamires Romano

22 histórias escritas desde 2015 | editora sai da gaveta

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